ARCHITECTURAL RECORD MAY 1946
CASAS PARA ALUGAR
Em
maio de 1946, completavam-se 10 meses desde o término da Segunda Guerra
Mundial, com a rendição incondicional do Japão em agosto do ano anterior. Havia
sido, e até hoje é, o pior conflito da História da humanidade, tendo ceifado 60
milhões de vidas humanas. Ao sofrer o ataque japonês em Pearl Harbor, no dia 7
de dezembro de 1941, os Estados Unidos, que ainda sentiam os efeitos da Grande
Depressão, passaram a capitanear militar e economicamente – junto com a União
Soviética e a Inglaterra – os esforços bélicos dos países Aliados. Lutando nas
frentes de combate do Norte da África, da Europa ocidental, do Oceano Pacífico,
e na extensão do Oceano Atlântico, os EUA mobilizariam mais de 16 milhões de
cidadãos para o serviço militar. Destes, mais de 400 mil pereceriam em combate
contra as forças do Eixo. Em 1946, encerrada a catastrófica guerra, restava ao
governo norte-americano preocupar-se com a segurança habitacional de mais de 15
milhões de pessoas, jovens em sua maioria, os quais voltavam do conflito como
heróis. A presente edição da Architectural
Record tem como tema principal o debate em torno da política de moradias
populares, que então se delineava para os veteranos de guerra. Nos Estados
Unidos da época, pouco ou nada se falava a respeito da concessão gratuita de casas,
por isso as soluções propostas variavam entre imóveis feitos para a compra e
habitações planejadas para serem alugadas. Washington optou pela segunda
alternativa, em seu afã de receber os ex-combatentes, que regressavam das
frentes europeia e asiática. Por trás da escolha pela construção de casas e
prédios de apartamentos para alugar, estava a constatação de que a maioria dos
jovens que voltava do serviço militar não possuía família e alguns jamais
haviam sequer possuído um emprego formal, antes de partirem para o combate.
Exigir deles que, tão logo desembarcassem, adquirissem uma casa, em uma
localidade na qual, muitas vezes, prefeririam não permanecer, seria incoerente.
Vários dos veteranos tenderiam a mudar de emprego e de cidade nos seus
primeiros tempos como civis. Por conta disso, casas populares disponíveis para
aluguel foram vistas como a solução natural nesta fase determinante de
reinserção social dos ex-combatentes. TEXTO: Alexandre Enrique Leitão
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