08 junho 2013

Debate em torno da Política de Moradias Populares.

ARCHITECTURAL RECORD MAY 1946

CASAS PARA ALUGAR
Em maio de 1946, completavam-se 10 meses desde o término da Segunda Guerra Mundial, com a rendição incondicional do Japão em agosto do ano anterior. Havia sido, e até hoje é, o pior conflito da História da humanidade, tendo ceifado 60 milhões de vidas humanas. Ao sofrer o ataque japonês em Pearl Harbor, no dia 7 de dezembro de 1941, os Estados Unidos, que ainda sentiam os efeitos da Grande Depressão, passaram a capitanear militar e economicamente – junto com a União Soviética e a Inglaterra – os esforços bélicos dos países Aliados. Lutando nas frentes de combate do Norte da África, da Europa ocidental, do Oceano Pacífico, e na extensão do Oceano Atlântico, os EUA mobilizariam mais de 16 milhões de cidadãos para o serviço militar. Destes, mais de 400 mil pereceriam em combate contra as forças do Eixo. Em 1946, encerrada a catastrófica guerra, restava ao governo norte-americano preocupar-se com a segurança habitacional de mais de 15 milhões de pessoas, jovens em sua maioria, os quais voltavam do conflito como heróis. A presente edição da Architectural Record tem como tema principal o debate em torno da política de moradias populares, que então se delineava para os veteranos de guerra. Nos Estados Unidos da época, pouco ou nada se falava a respeito da concessão gratuita de casas, por isso as soluções propostas variavam entre imóveis feitos para a compra e habitações planejadas para serem alugadas. Washington optou pela segunda alternativa, em seu afã de receber os ex-combatentes, que regressavam das frentes europeia e asiática. Por trás da escolha pela construção de casas e prédios de apartamentos para alugar, estava a constatação de que a maioria dos jovens que voltava do serviço militar não possuía família e alguns jamais haviam sequer possuído um emprego formal, antes de partirem para o combate. Exigir deles que, tão logo desembarcassem, adquirissem uma casa, em uma localidade na qual, muitas vezes, prefeririam não permanecer, seria incoerente. Vários dos veteranos tenderiam a mudar de emprego e de cidade nos seus primeiros tempos como civis. Por conta disso, casas populares disponíveis para aluguel foram vistas como a solução natural nesta fase determinante de reinserção social dos ex-combatentes.  TEXTO: Alexandre Enrique Leitão

 



  

 
 
 
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